terça-feira, 17 de novembro de 2015

Caindo na real


Na segunda-feira pós Halloween, dia 02/11/2015, fomos à consulta com o médico cirurgião que nos explicou com mais detalhes o caso.
Nos levou então ao computador do hospital e nos explicou o raio-x e o CT scan (tomografia computadorizada). Pelo que ele mostrava, o que de fato levantou a preocupação dos médicos não era a bolinha no pescoço, mas uma mega massa que se encontra entre os pulmões (mediastino) de R.

"Então, é maior que uma laranja?" - perguntou R ao médico.
"Sim". - médico
"C@r@$&*!!! Que m#r%@!"

Os médicos aqui vão direto ao ponto. Não tem nenhum tipo de rodeio ou historinha tipo "o gato subiu no telhado". Então a coisa fica mesmo surreal. Mas também, há que se dar um destaque que o médico mostrou otimismo quanto a saúde de R, que isso é realmente incrível, e que ele não tem sintoma. Está em boa forma para o que der e vier.

Depois de cair da real, fomos então lidar com a burocracia que quase nos matou no dia seguinte. Para fazer a biopsia, o plano médico tem que receber os laudos e fazer uma autorização. O plano médico local, pede autorização para um plano médico acima, que autoriza e manda de volta uma papelada, que vai então ao hospital. O problema é que sem experiência no uso do plano, não sabíamos que todos os pedidos entram na pilha dos milhares de pedidos do mesmo gênero. A cirurgia marcada para quarta-feira de manhã, teve a autorização completada apenas 30 minutos antes, com muitas ligações de R para a seguradora, o que só nos deixou ainda mais nervosos.

Dia 04/11 (quarta), a biopsia foi feita tirando amostras da bolinha do pescoço. A equipe de patologistas só pode confirmar na hora que era um tumor, mas sem determinar se era benigno ou maligno.

Apenas no dia 09/11 (segunda), retornamos ao cirurgião que então nos falou de forma direta que provavelmente era sarcoma. Mas isso é notícia boa ou ruim? Aí aprendemos que sarcoma é cancer maligno, do tipo raro e ainda mais raro de ocorrer no peito. Mas a biopsia ainda não tinha sido concluída e precisávamos aguardar mais. Que dia difícil. Avisar a família no Brasil também não foi a coisa mais fácil.

Corre, corre, email pra cá e pra lá, e análise médica. Se for sarcoma, muito provavelmente o tratamento é cirúrgico. Se for cirúrgico, então precisa fazer outra CT scan, agora com contraste (um líquido que colocam na corrente sanguínea para dar destaque às veias e artérias).

Então dia 11/11, antes mesmo do resultado da biopsia, R fez o CT scan com contraste.

C.