terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Em casa após a primeira quimio!


R saiu do hospital no domingo a noite por volta das 20 horas. Recebi instruções da enfermeira em como esterilizar diariamente o picc-line e inserir o "flush" para limpar o cateter. (vídeo para os curiosos) Voltamos com um kit para casa para os primeiros dias.

A primeira noite fora do hospital foi meio agitada. Acordei com ele gritando "ajuda!", pois ao ir no banheiro teve uma crise de pressão baixa. Depois também ficou passando mal com os enjôos. Não dormimos muito no fim das contas.

Na segunda, dia 07, ele ficou muito cansado e dormiu bastante. Sua voz está meio alterada, baixa e rouca. Eu fui a farmácia pegar os remédios, lavei imediatamente toda a roupa que veio do hospital e organizei a papelada de exames que já se acumulam.

Às 18 horas voltamos ao hospital para ele tomar uma vacina (Neulasta) que estimula a produção dos glóbulos brancos pelos ossos. Efeito colateral possível é dor nos ossos nos próximos dias, mas parece que os efeitos positivos para prevenção de infecções são ótimos.

Executei também esta noite a primeira esterilização e flush no picc-line de R.

Por volta das 21 horas bateram a nossa porta com uma entrega: uma caixa enorme com remédios e ataduras para o picc-line. Não fomos informados desta entrega antes, mas o entregador nos explicou que a enfermeira que faz a troca semanal das ataduras iria usar o kit. Este processo é feito por uma empresa terceirizada...

A noite de segunda para terça já foi melhor, mas ainda com enjôos.

Hoje tivemos retorno com a médica que fez a segunda biópsia no tórax de R. Não foi uma consulta que durou muito, pois a cicatrização da cirurgia está ótima.


Stress do dia: finalmente a enfermeira apareceu de tarde para a troca da atadura do picc-line. Veio com seringas com medicamentos diferentes dos que me foram dados no hospital. Eu expliquei que a orientação era um "flush normal" por dia (0,9% sodium chloride injection). Ela explicou que tinha que usar "Heparin Flush" e "Flush normal". No entanto, questionamos por que na caixa da entrega não veio com suprimento de flush normal e também não vieram as "tampinhas" para fechar o picc-line. Ela disse que foi erro do hospital e não da empresa dela.
Ligamos para o hospital (para a área onde R foi internado) e os atendentes não sabiam informar quem tinha receitado as coisas, nem sabiam o que era para fazer. Uma confusão.
Como ficou todo mundo nervoso aqui em casa (R, eu e até a enfermeira, cada um insistindo num entendimento diferente), achei que a enfermeira terceirizada não ia ajudar muito. Nos despedimos dela sem a conclusão de qual "flush" usar, para depois decidir o que fazer com calma (eu já tinha recebido o treinamento de como fazer os flush de qualquer forma).
Liguei para a enfermeira chefe do oncologista e e ela foi verificar o que era para fazer mesmo. Me ligou com uma terceira instrução: só é para usar o "flush simples" e apenas uma vez por semana!

  • Instrução do hospital (área de internação): 1 flush normal diário.
  • Instrução da empresa terceirizada pelo hospital: 1 flush normal + 1 heparin flush por dia.
  • Instrução da enfermeira do oncologista: 1 flush normal semanalmente.

Ficamos chocados com a falta de entendimentos entre as equipes. Mas a enfermeira chefe pediu para ficarmos calmos, que de qualquer forma só esperaríamos mais 2 dias para falar com o oncologista (a próxima consulta é quinta-feira) e reconfirmar o que ela garantia. Nos disse que falou com a empresa terceirizada e explicou a eles que o picc line instalado no braço de R é mais avançado, etc. Disse também que falará com quem requisitou todo o medicamento (errado) no hospital. Vamos ver como isso se desdobra, pois inclusive pagamos quase 300 dólares (contra-partida ao seguro) por esta medicação desnecessária.


Ponto positivo do dia: R fez açaí na tigela e não enjoou!


C.